Bino Maçães Revela: "Estou a Viver o Melhor Momento da Minha Carreira" - O Segredo Está Explicado

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Ligado ao futebol há mais de 40 anos, primeiro como jogador da formação do Varzim e do FC Porto, depois como futebolista sénior e, desde 2010 como técnico, o poveiro, de 52 anos, realça que as vitórias no Europeu, consumada em 01 de junho, e no Mundial, selada em 27 de novembro, constituem, juntas, o "momento mais alto" do seu trajeto.

"Enquanto jogador, tive momentos fantásticos. Fui campeão nacional pelo FC Porto e pelo Sporting. Participei nos vários escalões das seleções nacionais, dos sub-16 à equipa AA. Também é um grande motivo de orgulho. Mas, como treinador, este é o momento mais alto. Ganhar um campeonato da Europa e um campeonato do mundo não é fácil. É o melhor momento da minha carreira enquanto treinador", afirma, em entrevista à agência Lusa.

Embora acredite que contribuiu para o crescimento dos jogadores que se sagraram campeões europeus e mundiais sub-17, Bino Maçães frisa que esses atletas também o ajudaram a evoluir, quer na identificação de padrões de jogo, quer nas relações humanas.

O treinador salienta que a geração que acompanha há mais de dois anos, desde os sub-16 de Portugal, inclui jovens que "pensam de formas diferentes, com maturidades diferentes, com estruturas familiares diferentes", que o ajudaram a perceber a melhor forma de se relacionar com cada um deles.

"Há miúdos com estruturas familiares mais difíceis, outros que têm tudo e a resiliência não é a melhor, outros que fazem disto uma luta porque querem singrar na vida. Nas regras e na disciplina, gosto que toda a gente siga o mesmo caminho, mas cada um tem uma identidade própria. A forma como falo para um não tem de ser a forma como falo para outro. A forma de responder de um não é a forma de responder do outro", esclarece.

Orgulhoso de liderar um grupo que pode contar com o treinador "para a brincadeira", mas que também está ciente da sua exigência na hora de trabalhar, Bino Maçães admite ser difícil dizer se os campeões europeus e mundiais formam o grupo mais unido que já orientou, uma vez que, no Vitória de Guimarães (2019/20 a 2020/21) e na União de Leiria (2021/22), já treinou seniores.

"O compromisso dos seniores é um bocadinho distinto, porque já são jogadores que dependem daquela profissão. Estes ainda estão a começar uma carreira. Estou muito satisfeito com aquilo que conseguimos com este grupo", compara.

Convencido de que os títulos deste ano ajudam "a validar o processo" trabalhado na Federação Portuguesa de Futebol, o antigo técnico dos sub-17 do FC Porto, entre 2013/14 e 2016/17, crê que a formação em Portugal é "do melhor que há", quer pelo trabalho das seleções, quer pela organização dos campeonatos de clubes.

"Somos referência a nível mundial. Há vários países de elite, bem maiores do que o nosso, que vêm a Portugal tentar perceber como trabalhamos, como temos os nossos quadros competitivos e o que fazemos para, sendo um país tão pequeno, produzirmos jogadores de grande qualidade. Parar é regredir. Temos de andar para a frente. Os nossos campeonatos são muito bons, mas podemos melhorar. Temos de reformular alguns dos escalões", observa.

Preparado para guiar a geração de jogadores nascidos em 2008 até à seleção sub-20, conforme tem sido prática na FPF, Bino Maçães lembra que o seu contrato termina em junho de 2026 e que o seu futuro para lá dessa data é ainda "uma incógnita", podendo passar pela FPF, onde está de "corpo e alma", "muito satisfeito", ou por alguma outra opção que lhe agrade.

"Nesta altura, estou aberto a qualquer perspetiva. Tem de ser alguma coisa que me agrade. Tenho de ter em atenção o projeto e quem me quer. Mais do que ser eu a escolher também quero sentir que as pessoas me querem, seja onde for. Quando sentir isso, acredito que vou tomar a opção certa", perspetiva.

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