O Sporting carimbou, ao final da tarde de sábado, o apuramento para os oitavos de final da Taça de Portugal, ao receber e bater o Marinhense, por categóricos 3-0, à 'boleia' dos golos de Francisco Trincão (aos 29 e 37 minutos) e Luis Suárez (aos 87 minutos). Ainda assim, Rui Borges recusou dar-se por satisfeito.
Na conferência de imprensa que se seguiu ao apito final, no Estádio José Alvalade, o treinador mirandelense deu "nota muito positiva" à "seriedade, humildade e calma" apresentadas pelos bicampeões nacionais em título, perante uma formação oriunda da Série C do Campeonato de Portugal, mas não se coibiu de fazer alguns reparos relativamente àquilo que, acredita, poderia ter corrido melhor.
"Fizemos uma primeira parte mais intensa, na segunda fomos mais lentos e com demasiadas perdas de bola, mas os jogadores foram sempre sérios nas transições defensivas, que são muito importantes nestes jogos. A equipa foi coesa e comprometida, por isso, fico muito agradado. Os jogadores foram exigentes com eles mesmos e cumpriram", afirmou.
"Fiquei contente com todos, os erros foram mais individuais. Por exemplo, o Alisson [Santos] tem de melhorar no corredor, o [Ricardo] Mangas no jogo interior... Mas isso tem a ver com o crescimento dos jogadores. Não vi ninguém no estilo, como costumamos dizer, por estarem a defrontar uma equipa da quarta divisão. Só fico triste porque o Rodrigo [Ribeiro] não conseguiu fazer um golo. Tem trabalhado muito, respondeu bem, teve oportunidades e merecia ter concretizado", acrescentou.
Afinal, o que falhou com Rodrigo Ribeiro no Sporting?
Rui Borges debruçou-se, de seguida, precisamente, sobre a questão de Rodrigo Ribeiro, que se estreou pela equipa principal do Sporting, em 2022, com apenas 16 anos de idade, pela 'mão' de Ruben Amorim, sob o estatuto de grande promessa, mas que, passados três anos, continua sem conseguir singrar.
"Tem tido um crescimento enorme. É um predestinado em termos técnicos e de leitura. Toma boas decisões, é muito focado e acreditamos muito que pode jogar na frente e no apoio ao avançado, que é onde treina mais, na equipa principal. O Rodrigo apareceu demasiado cedo, e, por vezes, os miúdos querem dar dois passos à frente no seu crescimento", começou por referir.
"Por vezes, não adianta ir para a Liga só para dizer que joga na Liga. O treino dá-lhes umas coisas, mas o jogo dá-lhes muito mais. E ele foi para o AVS e teve pouco tempo de jogo. O que falamos com ele foi que, se calhar, melhor do que ir para uma equipa da Liga e ter 200 minutos, é ficar connosco, jogar na II Liga 2, tem 3.000 minutos e pode vir à equipa principal, porque ele é jogador da equipa A", prosseguiu.
"Tem jogado na equipa B, tem somado golos, assistências e está a crescer. Foi essa a conversa que eu tive com ele no início da época. Às vezes, os miúdos querem dar dois passos à frente, e pensam que ir à II Liga é perder um ano, mas é o contrário, porque, ali, crescem e muito. Por isso, o mérito é dele, porque entendeu isso e está a crescer", rematou.
