Roberto Martínez marcou, esta segunda-feira, presença no programa 'Monday Night Football', emitido pela estação televisiva britânica Sky Sports, na qual analisou, ao detalhe, o contributo que Cristiano Ronaldo continua a dar, à principal seleção nacional, aproveitando para explicar o motivo pelo qual continua apostar no jogador do Al Nassr como titular indiscutível.
"Obviamente, toda a gente tem uma opinião. O que tenho visto é que, quando vencemos e o Cristiano marca um ou dois golos, a questão que surge na imprensa é 'O que é que vai fazer quando o Cristiano não estiver lá?'. A equipa depende demasiado do Cristiano. Quando o Cristiano não marca, a pergunta é 'Como é que vão vencer, se têm um jogador de 40 anos de idade na equipa?'. Para nós, é mais simples do que isso. Ele joga porque marcou 25 golos nos 30 últimos jogos", começou por afirmar.
"O registo dele é incrível. Quando ele chega ao campo de treinos, é um exemplo de profissionalismo, de como cuidar de si mesmo e de como aproveitar cada dia para se tornar melhor. Depois, há aquele orgulho de jogar pela seleção nacional. Ele é o único jogador no mundo, na história a fazer 227 jogos [pela seleção nacional]", acrescentou.
O treinador espanhol sublinhou que, consigo, "ninguém tem nada como garantido", mas sublinhou: "No futebol internacional, todos os jogadores têm uma veia competitiva incrível, e aquilo que o Cristiano traz, além da capacidade goleadora - e ele mudou como jogador, Aquele jogador de 18 ou 19 anos, que víamos como extremo... Agora, é mais uma figura central na grande área e um finalizador - é a atitude, aquela sensação de fome pela seleção nacional".
"Enquanto a tem, é uma fonte incrível de atitude contagiante, no balneário, mas toda a gente é constantemente desafiada pela concorrência que tem, no plantel, sobretudo, num plantel como o de Portugal. Nós seguimos cerca de 72 jogadores em cada estágio. Nós, enquanto treinador e equipa técnica, só avaliamos, e só podemos chamar os melhores jogadores. Não só os melhores jogadores, mas os melhores jogadores para formarem a melhor equipa. Neste momento, o Cristiano é uma referência para nós", reforçou.
"Sempre acreditei que o corpo reformava o jogador. Agora, que vejo o Cristiano a trabalhar, estou convencido de que é o cérebro"
Roberto Martínez enalteceu, de seguida, a maneira como o avançado formado no Sporting conseguiu transformar-se "num especialista, na grande área", e não só: "Eu sempre acreditei que o corpo reformava o jogador. Agora, que vejo o Cristiano a trabalhar, estou convencido de que é o cérebro que reforma o futebolista. Penso que o foco e a mentalidade dele... O corpo segue a rotina dele".
"Ele não faz isto por ninguém, faz isto por ele mesmo. Provavelmente, quando analisamos os jogadores, podemos falar de qualquer aspeto, mas nunca analisamos a fome. Ele tem a maior fome que alguma vez vi num jogador. Normalmente, um jogador conquista um troféu e, no dia seguinte, não tem a mesma fome na maneira como trabalha. Ele tem isso", refletiu.
"Não sei se é natural, se é algo sobre o qual trabalha arduamente, mas tem aquela fome de não se desiludir a si mesmo. Não me parece que seja alguém que precisa de provar nada. Acho que, agora, chegou a um ponto no qual joga por ele mesmo e pelas pessoas que ama, porque não precisa de o fazer por ninguém ou para provar que alguém está errado. Aquilo que ele alcançou é suficiente para deixar um legado", prosseguiu.
"É um grande exemplo para qualquer jogador. No último estágio, convocamos o Carlos Forbs, que nasceu em 2004. Esse foi o ano no qual o Cristiano teve o primeiro jogo pela seleção nacional. Isso demonstra as gerações diferentes e o quão incrível é, enquanto exemplo, ter alguém com uma carreira daquelas sentado ao teu lado. É uma influência incrível", completou.
